Cinematografia indígena: a experiência social sob o foco da cultura Guarani-Kaiowá

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Livro: Cinematografia indígena: a experiência social sob o foco da cultura Guarani-Kaiowá

Autor: (Orgs. Cid Nogueira Fidelis)

A proposta deste trabalho é analisar as representações sociais nos conteúdos referentes aos trabalhos cinematográficos indígenas Brô MC’s (2010) e Jaguapiré na luta (2010), produzidos pela etnia Guarani-Kaiowá, idealizados através do projeto Ava Marandu. Tal projeto, além de outras linguagens, desenvolveu cursos de capacitação de produção fotográfica e cinematográfica em várias aldeias de Mato Grosso do Sul, nos quais se roteirizaram, produziram e filmaram a totalidade de dez curtas-metragens no ano de 2010. Os filmes são fruto de uma ação coletiva entre indígenas e não indígenas. Nesse formato de integração, todas as etapas da produção até a finalização são envolvidos vários membros e lideranças dentro da aldeia, desse modo, o processo é marcado pela participação de toda a comunidade. Esta pesquisa visa compreender, através da produção desses audiovisuais, as manifestações culturais e as marcas de preservação da identidade étnica indígena, bem como debater a forma marginal de cinema como ferramenta de resistência cultural e o uso da tecnologia por parte dos povos originários como ferramenta de destaque. Na análise dos trabalhos fílmicos, busca-se compreender o processo de mediação dos veículos comunicativos, no caso o cinema, como ferramenta de afirmação, divulgação e manutenção da cultura brasileira. Para tanto, são discutidos os conceitos de construção identitária e de representação social e cultural nos meios de comunicação como lugar de produção e de reafirmação das identidades sociais, bem como o processo de hibridação cultural proposto por Néstor García Canclini. Ao longo do trabalho, discutem-se o desenvolvimento histórico dos povos Guarani-Kaiowá e as consequências do convívio da cultura originária junto à sociedade não indígena; em seguida, faz-se um rápido levantamento de títulos do cinema brasileiro que aborda sobre os temas indígenas envolvendo ficção e documentário; na sequência, apresentam-se questões técnicas dos códigos específicos da linguagem cinematográfica; e, por fim, utiliza-se uma análise estrutural de forma e conteúdo dos filmes selecionados; esse processo exigiu a desconstrução de cada obra. O cinema indígena produzido no projeto Ava Marandu é um trabalho singular e sensível, que exige, antes de mais nada, um olhar aberto, desprovido de preconceitos e sem reservas. O cinema Guarani- -Kaiowá, como todo trabalho indígena, constitui-se de obras particulares, quando se invertem as vozes, ou seja, quando o personagem deixa de ser o objeto e passa a ser sujeito de suas narrativas, os protagonismos e as perspectivas mudam juntos. Ao longo desta pesquisa, deu-se a ver que os índios possuem uma cultura rica, que não são uma civilização “congelada” e estão abertos a empréstimos tecnológicos e hibridação cultural, que não mais podem ser vistos como povos primitivos que ficaram no passado.

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