Livro: Damurida: Estudos linguísticos e literários
Autor: Eliabe dos Santos Procópio; Fabricio Paiva Mota; Alan Ricardo Costa; Marcus Vinícius da Silva
Há exatos 4 anos, em 2019, foi publicado o primeiro volume da Coletânea Damurida, produto do trabalho acadêmico de estudantes dos cursos de Letras da Universidade Federal de Roraima (UFRR) que cursaram os componentes curriculares ‘Leitura e Produção de Textos’ e ‘Discurso: Leitura e Produção de Textos e Hipertextos’, entre outros (PROCÓPIO; ROCHA, 2019). À época, a obra circulou – como esperado – em variados espaços acadêmicos, foi compartilhada em formato digital nas redes sociais e, posteriormente, tornou-se objeto de leitura e discussão não somente em disciplinas de graduação e grupos de estudo e pesquisa da instituição, mas também de outras instituições de ensino e ambientes acadêmicos. O tempo passou, mas a vontade de lançar a segunda edição era grande por parte de professores e acadêmicos. Uma pandemia de proporção global impactou as práticas educacionais e científicas, que precisaram ser bruscamente readaptadas. Nesse contexto, as universidades foram pautadas no centro do debate público, criticadas por uns e enaltecidas por outros, sendo importantes agentes na busca da cura da COVID-19. Além disso, também tiveram papel fundamental nas eleições em todas as suas esferas governamentais (federal, estadual e municipal) quanto às discussões tecidas sobre a função social do Ensino Superior no país. Apesar de todas as radicais transformações vivenciadas em razão da pandemia de COVID-19, algo não mudou: a importância do fazer científico, de acreditar na Ciência, bem como a circulação de pesquisas e textos acadêmicos entre os pares e entre a sociedade de uma forma geral. Com efeito, essa importância não apenas se manteve, como também adquiriu novo papel na agenda do dia da pesquisa brasileira: urge que a ciência e a escrita acadêmica sejam efetivadas em sinergia com princípios éticos, críticos e humanísticos, e compartilhadas para fins de novos diálogos e construção de saberes. Nesse viés, o segundo volume da Coletânea Damurida, mais que uma continuidade da publicação anterior e um sinal do amadurecimento da produção textual de acadêmicos de Letras da UFRR, é uma obra que conecta o meio acadêmico com seu entorno social, a partir de alguns dos seus pilares mais notórios, a saber, a leitura, a reflexão, o exercício da escrita e o salutar debate de ideias. Haja vista a contribuição das resenhas na descrição e na avaliação “de uma dada obra a partir do ponto de vista informado pelo conhecimento produzido anteriormente sobre aquele tema” (MOTTA-ROTH; HENDGES, 2010, p. 28), mantêm-se um espaço especial para elas nesse segundo volume da Coletânea Damurida. Na primeira seção do presente livro constam as resenhas referentes a obras de estudos linguísticos, produzidas por Carlos Gutemberg, Soelania Joselen Sá da Silva, Eliane de Jesus Leite Alves, João Batista Marcelino dos Santos, Rosineide Lima Gonçalves e Márcia Carla Sousa de Melo, acadêmicos vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Roraima (PPGL-UFRR). Na segunda seção, as resenhas referentes a obras de estudos literários, de autoria de Beatriz Flôr Bela de Sousa Soares, Geórgia Gomes Setúbal, André Queiroz Carepa, Zaariat Alethes Bindá da Silva e Rafael Joshua Seabra da Silva, acadêmicos dos cursos de graduação em Letras da UFRR. Neste segundo volume também estão contemplados outros gêneros textuais acadêmicos. Em sua terceira seção, a Coletânea Damurida inaugura a divulgação de ensaios, com texto de autoria de Daniel Silva Souza e Lauana Cristina M. Menezes, referente à crônica “Nascer no Cairo, ser fêmea de Cupim” (BRAGA, 1960). A quarta seção da obra apresenta relatos de experiência, aceitando “a experiência como o ponto de partida para a aprendizagem”, e concebendo que tal gênero acadêmico permite “a apresentação crítica de práticas e/ou intervenções científicas e/ou profissionais” (MUSSI; FLORES; ALMEIDA, 2021, p. 60). São apresentados dois relatos. O primeiro, de autoria de Cledemar Félix da Silva Júnior, Patrícia Lima Pantoja e Luzineth Rodrigues Martins, parte de uma experiência de Estágio Supervisionado com base no uso do gênero História em Quadrinho (HQ) durante o ensino remoto emergencial na pandemia de COVID-19. O segundo, de autoria de André Luiz Costa de Souza e Alan Ricardo Costa, versa sobre o curso “Familiarização com o Exame Celpe-Bras”, ministrado para estudantes africanos intercambistas em 2022, no âmbito do Núcleo de Línguas do Idiomas sem Fronteiras (NucLi/IsF, Rede Andifes) da UFRR. Na quinta e última seção, são apresentados três artigos acadêmicos, selecionados para fechar a obra. O primeiro artigo, de autoria de Marcenita Augusto Cidade, aborda as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) em aulas do Ensino Fundamental em uma escola municipal de Boa Vista, Roraima. O segundo, escrito por Rafaela dos Santos Morgade, tem como escopo os desafios da tradução de canções em língua espanhola. Por fim, o terceiro artigo, escrito por Aléx Albino Sitoe, trata da questão do plurilinguismo na sala de aula de inglês, com base nas experiências de ensino de algumas comunidades de Moçambique. Os textos passaram por uma revisão gramatical e ortográfica, realizada por pares, sobretudo especialistas integrantes do Laboratório Imprimatur (LABIM), e foram apreciados por uma comissão científica composta por profissionais vinculados à UFRR e outras Instituições de Ensino Superior, como a Universidade Federal de Sergipe (UFS). Finalmente, manifestamos nosso contentamento e sincero agradecimento a cada autor que se dispôs a contribuir com a coletânea, compartilhando seus textos, e a cada um dos revisores e membros da comissão científica, essenciais para a qualificação da obra. É esse trabalho coletivo subjacente ao volume ora tornado público que o coloca mais próximo de alcançar seu objetivo de propiciar ideias, reflexões e debates.
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