MEMÓRIAS E EXPERIÊNCIAS DE LUTAS POPULARES EM BELÉM-PA

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Livro: Memórias e experiências de lutas populares em Belém-PA

Autor: (Org. Fabiano de Oliveira Bringel; Andrey Henrique Figueiredo dos Santos; Andre Felipe dos Santos Vasconcelos)

O presente e-book é um dos desdobramentos do Projeto “Memorial da Luta Popular de Belém do Pará – MLPB” e representa uma iniciativa contemplada pelo edital “Museus e Memoriais de Base Comunitária”, com financiamento público do Governo Federal por meio da Lei Aldir Blanc, em parceria com a Secretaria de Cultura do Pará (SECULT-PA). Tal projeto é uma construção coletiva e visa ser um dos instrumentos de mobilização dos mais diversos setores da sociedade oprimida, os quais estão dispostos a enfrentar as desigualdades e, assim, ampliar a participação popular nas tomadas de decisões sobre suas próprias vidas nos bairros, nos seus espaços e territórios de vida. Trata-se de uma construção em parceria com centros comunitários com o objetivo de ser um observatório das lutas comunitárias, buscando a ampla divulgação e o compartilhamento de relatos e memórias de luta popular por uma vida digna em Belém e região metropolitana. Historicamente, Belém foi e continua sendo um espaço de embates e reivindicações da classe trabalhadora. A mesma classe que é explorada pelos agentes do modelo neoliberal que, em larga escala, visam esmagar não só as populações urbanas (com salários achatados, transporte e condições de vida precários, serviços e infraestruturas insuficientes), mas também as comunidades amazônidas ribeirinhas, quilombolas, indígenas e camponesas, bem como as populações de cidades médias nos rincões do avanço do agro-hidro-negócio que destrói e desagrega territórios. Inserida na região amazônica, Belém expressa a socio-bio-etno-diversidade da população e da floresta, as quais seguem nas trincheiras de r-existência durante séculos, sendo obrigadas a conviver com a exploração, e com os mandos e desmandos dos agentes do grande capital que usurpam comunidades inteiras sob a égide da histórica acumulação por espoliação, bem como por meio da atual expansão das frentes e fronteiras do agro-hidro-negócio. Essa população belenense se organizou, deu origem aos diversos bairros atuais e construiu fortemente as suas territorialidades, sobretudo a partir do processo de metropolização da cidade na segunda metade do século XX, momento em que a luta por moradia se intensificou e evidenciou inúmeros conflitos fundiários, colocando face a face o Estado, o capital e os movimentos sociais com suas bandeiras de luta (educação, moradia, saneamento, emprego e renda, dignidade no acesso à cidade etc.). Nesse sentido, diversos movimentos populares foram surgindo e se articulando. Era um período turbulento, já que o país enfrentava as perversidades da ditadura empresarial-militar, e a população local sofria com as condições de insalubridade e segregação em que se encontrava a cidade, fruto de um processo de urbanização marcado pela desigualdade sócio-espacial. Na efervescência do momento, a cidade foi se alargando para além da centralidade da primeira légua patrimonial, levando consigo o modo urbano de vida que entrava em choque com a ruralidade e o modo de vida ribeirinho. Ressalta-se que, com o avanço das políticas militares de povoamento e de instalação dos grandes projetos para a Amazônia, uma grande leva de migrantes trabalhadores chegou à região e se inseriu precariamente nos núcleos urbanos. Parcela considerável da população de Belém fez parte desse processo, sendo abandonada à própria sorte após a finalização das obras.

 

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