Livro: 50 anos do Curso de Enfermagem da UVA: mosaicos de uma formação ética, técnica, científica, política e estética.
Autor: (Orgs. Izabelle Mont’Alverne Napoleão Albuquerque; Maria Socorro de Araújo Dias; Marcos Aguiar Ribeiro)
Nas tradições mais longínquas, as mulheres ganhavam seus filhos em casa, assistidas por outras mulheres conhecidas como parteiras, curiosas ou assistentes de parto. Estas mulheres, em sua maioria, sem diploma ou ensino formal, habilitadas com a experiência passada de mãe para filha ou com os próprios partos, tinham atuação caracterizada por práticas baseadas em experiências individuais, guiadas pela intuição e validadas. pela fé para alcançar um parto seguro (CARREGAL; SCHRECK; SANTOS; PERES, 2020). Infelizmente, a intuição e a fé muitas vezes não garantiam a vida da mãe e do seu concepto e muitas morriam como resultado de complicações que ocorrem durante ou depois da gestação e do parto. A maioria dessas complicações se desenvolve durante a gravidez e a maior parte delas pode ser evitada e tratada (OPAS, 2022). De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2009), a morte materna é uma das mais graves violações dos direitos humanos das mulheres, por ser evitável em 92,0% dos casos e ocorrer principalmente nos países subdesenvolvidos.